terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Uma experiência que não tive

Já estive por aqui e vi todas estas flores. Uma sensação conhecida me abraça quando o sopro esquecido do vento me acaricia a face.
A brisa leve dança suavemente com meu cabelo enquanto a luz do fim de tarde dá cor às minhas roupas.
O cheiro de grama molhada em orvalho, que aparece pela manhã, permanece ao longo do dia e me distrai por um segundo.
O canto dos pássaros formam,junto com o assobio das folhas nas árvores, melodias incrivelmente ritmadas. O sol não aquece o suficiente para um fim de tarde frio.
Os raios de sol são ponteiros de relógios, os quais faltam por aqui. Eu não me sinto perdido, contudo.
Não sei por quanto tempo estive aqui, mas não percebi a tarde passar. A natureza continua num alaranjado que agora é da lâmpada acesa.
E, quando começo a me lembrar, meus olhos pesam.
Agora eu acordo descansada, após dias - que me disseram, mas não me lembro - e ainda tenho a sensação que ainda poderia dormir por muitos.
Eu nem sei o que passou e não me lembro das minhas últimas memórias, se é que já as tive.
Eu sinto que escrevia, mas faz tempo. Eu sei que falava e, a este pensamento, me recordo que não posso mais falar. Algumas imagens chuviscam em minha mente, mas não me reconheço nelas.
Me perco em suposições e devaneio. Até me afundar novamente em sombras e adormecer, mas sem sonhar!

Na neve

É só um feixe de luz o que me aquece e conforta nessa imensidão branca e congelante ao meu redor, parecendo ir ao infinito.
Eu não consigo ver as micropartículas de poeira que deveriam se debater neste filete. Afinal, é tudo tão branco, até as poeiras se perderam no caminho.
Por mais roupas que eu esteja vestindo, eu me sinto congelando aos poucos, perdida e sozinha.
E, como por mágica, uma luz muito forte me cega. Chego até a pensar se são meus sentidos deixando de dar sinal, mas não sei. E eu realmente não me lembro mais, porque desmaiei antes de ver alguém saindo do carro em minha direção.

Hoje eu confesso, me senti um pouco decepcionada.


Não com você, mas com a vida por nos ter tirado aquele (re) encontro. O dia começou diferente; tudo está no lugar, contudo.
E no final só me resta esperar mais um pouco, pois o que eu esperava não acontecerá;

Goethe em OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER

4 de maio de 1771

[...]Mas o que é o homem, sempre a lamentar-se de si mesmo? Quero corrigir-me, caro amigo, e prometo que o farei; não quero mais, como tenho feito até agora, remoer os males que o destino nos reserva; quero gozar o presente e considerar o passado apenas passado. Sem dúvida, você tem razão, meu bom amigo: neste mundo haveria menos sofrimento se os homens não se ocupassem, com tanta imaginação, em fazer voltar a lembrança das dores passadas, em vez de suportar um presente tolerável.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Como se viver não bastasse

As pessoas perdem tempo se preocupando com coisas inúteis, como se a vida não fosse o suficiente. Jogam para cima a chance de serem feliz procurando por motivos para sorrir, como se poder sorrir não fosse o bastante.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


Não é porque uso salto alto e maquiagem que preciso ser menininha. Não sou obrigada a gostar de moda e cor de rosa e posso ter às vezes as unhas mal arrumadas. Eu posso usar mini saia e camiseta e ser tímida.

Não é por eu ser super magra que eu queira ser modelo e nunca tenha ido para casa de amigos em fins de semana, me entupido de porcarias e apostado quem bebe mais e mais rápido todo aquele refrigerante. Eu tenho, sim, crises de “coma quanto chocolate conseguir em um minuto”.

Não é porque hoje estou de vestidos que nunca joguei bola na rua, corri atrás de pipa, brinquei com bolinhas de gude, arranquei a unha do dedão chutando o chão e “caí na porrada” com meu primos. Não é porque eu tenho bonecas que eu não jogo truco com a galera. Não é porque eu falo de moda que não falo de futebol, F1 e NBA.

Sou simpática, mas falo palavrão. Sigo costumes, mas odeio tradições. E, foda-se, eu posso ser eu mesma sendo diferente.

Ficar louca e descabelada é, sim, sempre uma das melhores opções,


, porque se não faz resolver, ajuda a colocar para fora a aflição, o medo e a vontade de chorar.
E melhor que gritar é engolir o grito e se descabelar inteira.